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Novo surto de Poliomielite no mundo acende sinal amarelo sobre possível volta da doença

Alerta foi divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) agora em junho por causa do registro de 8 crianças com paralisia no Paquistão e uma no Afeganistão.

Pela segunda vez neste ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um sinal de alerta para as autoridades de saúde do mundo com relação a novos casos registrados de poliomielite. Um surto no Paquistão deixou oito crianças paralisadas, e, no Afeganistão, uma criança também foi afetada. O novo alerta emitido em junho soma-se à manifestação da autoridade de saúde ocorrida há três meses. Em março, depois de mais de 30 anos sem ouvir falar da doença, o primeiro caso de poliomielite já havia sido identificado em Israel, em um menino de 4 anos que não havia tomado a vacina, totalizando sete casos ao todo de paralisia flácida na região. Apesar de a doença já estar erradicada no Brasil desde 1990, a epidemiologista Analíria Pimentel, uma das maiores infectologistas do país e responsável técnica pelo Hope Vacinas, faz um alerta sobre o risco da volta da doença e a necessidade de ampliar a cobertura vacinal, que caiu para 75, 81% em 2020, último ano em que a pesquisa foi divulgada.
O novo surto identificado neste mês no Paquistão foi motivado, segundo as autoridades de saúde, pelo fato de os pais terem falsamente marcado a si próprios e aos seus filhos como vacinados. Além das marcações falsas, as recusas são um dos principais motivos do recente surto. “Por isso temos que ficar atentos à cobertura vacinal. Esses dois países ainda têm o vírus selvagem da poliomielite”, explica Dra Analíria Pimentel. Segundo a OMS, o Paquistão e Afeganistão são os dois países onde o vírus da poliomielite ainda é endémico. O Paquistão não registrava casos de Poliomielite desde janeiro de 2021.
Em Israel, o vírus encontrado em março deste ano foi achado em amostras de esgoto na área, logo após um surto no Malawi, África, ligado a uma cepa que circula no Paquistão. Já são sete casos identificados em crianças em Israel. Uma investigação epidemiológica foi aberta para avaliar a cobertura vacinal na região e a cepa, que seria uma mutação da cepa selvagem, a mais perigosa.
“Enquanto houver uma criança infectada, crianças de todos os países correm o risco de contrair a poliomielite. Se a doença não for erradicada, podem ocorrer até 200 mil novos casos no mundo, a cada ano, dentro do período de uma década. Em um mundo altamente interligado, esses agentes podem atravessar fronteiras geográficas e infectar qualquer pessoa que não esteja protegida”, comentou Dra Analíria Pimentel, infectologista, pediatra e responsável técnica do HOPE Vacinas.
No Brasil, segundo a OMS, a poliomielite, popularmente conhecida como paralisia infantil, foi erradicada no Brasil em 1994. A doença deixou de afetar milhares de crianças brasileiras após a grande campanha de vacinação em massa. Entretanto, as taxas de imunização contra a poliomielite estão em queda, o que liga um sinal de alerta das autoridades de saúde para o risco de volta da endemia.
Em 2015, a cobertura vacinal da poliomielite em crianças de menos de um ano de idade era de 98,29% no Brasil, enquanto em 2020, último ano de divulgação da pesquisa, chegou em apenas 75,81%, segundo a Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI/DT). O último paciente com poliomielite no Brasil foi identificado em 1989, na cidade de Sousa, na Paraíba. Em 1994, o país recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) o certificado de eliminação da transmissão do vírus causador dessa enfermidade. Dra Analíria Pimentel explica que a Poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca de pessoas doentes e provocar ou não a paralisia.
A doença pode surgir sem sintomas, e também com as manifestações neurológicas mais graves, causando paralisia e até mesmo a morte. A maioria das pessoas infectadas não fica doente e não manifesta sintomas, deixando a doença passar despercebida. Alguns dos sintomas mais frequentes são: febre, mal-estar, dor de cabeça, dor de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez de nuca, meningite.
Já na forma paralítica da poliomielite, ocorre: instalação súbita de deficiência motora, acompanhada de febre, assimetria acometendo, sobretudo a musculatura dos membros, com mais frequência os inferiores; flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada; sensibilidade conservada; persistência de paralisia residual (sequela) após 60 dias do início da doença.
Prevenção
Embora ocorra com maior frequência em crianças, a pólio pode ocorrer também em adultos que não foram imunizados. Por isso é fundamental ficar atento às medidas preventivas, como lavar sempre bem as mãos, ter cuidado com o preparo dos alimentos e beber água tratada.
A vacina contra a poliomielite segue indicada para todas as crianças brasileiras num esquema de cinco doses. As três primeiras são feitas com o imunizante injetável e devem ser aplicadas aos dois, aos quatro e aos seis meses de vida. Depois, os dois reforços (geralmente feitos com as gotinhas) são dados entre os 15 e os 18 meses e aos 5 anos de idade.
“A vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite.Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme o esquema de vacinação da rotina e na campanha nacional anual”, explica Dra Analíria. “Programas de vacinação bem-sucedidos, assim como as sociedades bem-sucedidas, dependem da cooperação de cada indivíduo para assegurar o bem de todos”, afirmou.

(Assessoria de Imprensa)

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Cinara Marques

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