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Agricultores e assentados da região do Pontal Perenizado cobram medidas para evitar perda total da produção diante da falta d’água

Fotos, vídeos e relatos afirmam que a desastrosa administração anterior da Codevasf em Petrolina, deixou a população dessas localidades completamente esquecida, o que fez a situação se agravar. Atual superintendente disse que vem tomando providências.

Uma situação que preocupa e a gente lamenta. Agricultores familiares e assentados da região do Riacho do Pontal, zona rural de Petrolina, correm o risco de perder toda a produção plantada por falta d’água. São comunidades que dependem de sobras da água que abastecem os canais de irrigação na região do Pontal, um problema de anos que poderia já ter sido resolvido pela Codevasf, superintendência em Petrolina.

Segundo uma fonte que nos enviou as imagens da situação da barragem do Gavião, na área do riacho, o reservatório está praticamente seco e áreas plantadas completamente comprometidas. Ele conta que a gestão passada da Codevasf “simplesmente virou as costas para nós e a situação se agravou com o risco de ficarmos completamente sem água no que abastece nossa produção e serve para as comunidades assentadas da localidade”, assinalou a fonte.

Os moradores querem tornar o Riacho do Pontal perenizado, diz nosso contato, e existe estudo já para isso.

“Todos estão dispostos a pagar pela água, mas o projeto não avançou com os ex-dirigentes da companhia”, informa a fonte.

“Simplesmente não fizeram nada para ajudar as famílias, cruzaram os braços, praticamente”, denuncia citando o descaso do ex-superintendente Aurivalter Cordeiro com as famílias da região.

PROVIDÊNCIAS

Com esse cenário totalmente adverso, sobrou para quem assumiu a Codevasf reverter e buscar uma solução para os agricultores e assentados da região do Riacho do Pontal. Em conversa com o superintendente Edilázio Wanderley que pegou um grande desafio á frente da instituição, ele informou que tem orientado aumentar a pressão do volume de água que abastece a região do Gavião no Riacho do Pontal, e ao mesmo tempo vem conversando com a presidência da Codevasf para a viabilização de recursos que possam ser utilizados neste e em outros ‘pepinos’ que ele herdou da gestão anterior do órgão.

“Estamos atentos e correndo contra o tempo”, acrescentou o superintendente que passa essa semana em Brasília em busca de recursos para as diversas atribuições da Codevasf na região.

ENTENDA:

Em 1998, com uma sobra d’água do Projeto de Irrigação Maria Tereza, era o início dos sonhos de 452 famílias que praticam a agricultura familiar no Riacho do Pontal. Com o início do Projeto Pontal Sul e Norte, aumentava a perspectiva de dias melhores.

Alguns meses depois, com a ocupação total dos lotes do Projeto Maria Tereza, o riacho do Pontal passou a receber água do canal do Projeto Pontal.

“Hoje estamos irrigando 600 hectares de terra, cultivando diversas variedades frutíferas e agricultura de subsistências, gerando mais de 1 mil empregos diretos, com faturamento bruto anual de mais de 4 milhões de reais da agricultura e pecuária”, registra a nota enviada a nossa redação.

Desde o início deste ano de 2023, o Consul Pontal (consórcio de produtores) tem alertado a Codevasf para o risco de colapso hídrico no Pontal Perenizado. “Em nenhum momento houve uma certa preocupação para esse anunciado colapso” .

Salientamos que no começo do ano ainda não tinha sido escolhido o nome de Edilázio Wanderley para o comando da Codevasf em Petrolina. O mesmo só tomou posse de fato apenas cerca de um mês atrás.

Segundo Reginaldo Alencar, presidente do Consul Pontal, (Conselho de Usuários da Água do Pontal Perenizado e Adjacências), o que faltou para se ter a tão sonhada segurança hídrica foi somente falta de vontade de quem estava no comando da companhia.

“Pois temos terras férteis, homens e mulheres e jovens trabalhadores. Estamos a menos de 35 quilômetros do rio São Francisco, estamos gerando emprego e renda com 4 tomadas de água do canal principal do Pontal desaguando no riacho do Pontal, temos a certeza de uma vazão de água suficiente para atender o projeto Pontal Sul, Norte e Pontal Perenizado, pois há mais de 35 anos foi feito o projeto hidrológico para irrigar 3.600 hectares do Pontal Sul e 4.200 hectares do Pontal Norte, e naquele momento usaram como parâmetro para chegar à necessidade hídrica para atender os 7.800 hectares dos dois perímetros, os sistemas de irrigação de alto consumo, como; aspersor, Canhão e Pivô Central”, revelou Reginaldo.

No final da década de 90, chegou à nossa região, dois sistemas de irrigação localizada; micro-aspersor e gotejamento, que otimizam uma economia de 60% no consumo de água.

“Sendo assim, há possibilidade da Codevasf atender ao Pontal Perenizado sem causar nenhum prejuízo ao projeto de irrigação Pontal Sul e Norte. A redução e os cortes constantes no fornecimento de água pela CODEVASF para a região do Pontal Perenizado têm gerado preocupações e prejuízos significativos. Estamos com quatro reservatórios totalmente secos e três no volume morto. Os agricultores dos assentamentos Dr. Welson Maciel, Gavião, Lagoa da Pedra e Perímetro Gavião, Lajedo e mandim já estão enfrentando prejuízos em suas culturas, como goiaba, mamão, manga, acerola, uva, melancia, melão, cebola, tomate, etc.”, revelou o agricultor.

Alencar ressalta que desemprego e a queda na renda familiar desses agricultores, podem estar comprometidos. Como solução, ele salienta que seria necessário que as autoridades e governantes, em caráter de urgência, fizessem a liberação de vazão suficiente e ininterrupta para o riacho do Pontal, especificamente para atender às barragens de Gavião, Mandim e Cumprida.

“Salientamos que estamos dispostos a pagar nossas contas de consumo de água.”

 

 

 

Cinara Marques, redação Tribuna Nordeste

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