Política
Após operação da PF, FBC coloca cargo de líder do governo à disposição
Da Redação com Portal Exame
O líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), admitiu entregar o cargo de liderança após ser alvo da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (19). A PF realizou buscas no gabinete de Bezerra.
O apartamento do senador e o gabinete do deputado Fernando Filho (DEM-PE), filho do senador, também foram alvos de buscas, além de endereços em Pernambuco ligados aos dois.
As ações fazem parte da Operação Desintegração, desdobramento da Operação Turbulência, e foram autorizadas pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A PF apura um suposto esquema de propinas pagas por empreiteiras que executavam obras custeadas com recursos públicos em favor de autoridades.
A operação tem relação com obras da transposição do Rio São Francisco na época em que Bezerra era ministro da Integração Nacional do governo Dilma Rousseff, quando ainda estava no PSB.
Em Pernambuco, seu reduto eleitoral, Bezerra foi secretário no governo de Eduardo Campos, morto em 2014. Ele também foi líder de Michel Temer no Senado no ano passado.
Ao todo, o senador é alvo de cinco inquéritos, dois deles por supostos crimes contra a lei de licitações quando era prefeito de Petrolina, dois de quando era secretário estadual e um de quando foi ministro.
De acordo com parecer de Barroso, o montante total das vantagens indevidas chegaria, segundo a autoridade policial, a pelo menos R$ 5.538.000,00.
“Tomei a iniciativa de colocar à disposição o cargo de líder do governo para que o governo possa ao longo dos próximos dias fazer uma avaliação se não seria o momento de proceder uma nova escolha ou não”, disse Bezerra em entrevista na entrada do prédio onde mora, em Brasília.
DEFESA
Em nota, a defesa do senador pontuou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) opinou contra a busca porque “a medida terá pouca utilidade prática”.
Na entrevista, Bezerra diz que a investigação corre há muito tempo, que está à disposição da Justiça e manifestou expectativa no arquivamento do inquérito.
“Esses são fatos que já vão completar oito, seis anos, e que estão sob investigação há muito tempo e que, portanto, vamos, no devido curso do processo legal, prestar todas as informações. E temos certeza, como outros inquéritos, eles vão ter o mesmo destino, que será o arquivamento”, finalizou o parlamentar.
Veja mais: