Audiência sobre Caso Beatriz se mantém e deputada Dulci Amorim se posiciona sobre caso da CPI

Cinara Marques – da Redação

POR NOTÍCIAS DO PARLAMENTO – A proposta de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o Caso Beatriz Angélica foi apresentado depois que a deputada Dulci Amorim/PT-PE teve aprovada a realização da audiência pública sobre o crime que choca a todos até hoje, passados 6 anos.

O encontro será remoto, quinta, 10, a partir das 9h30, devido a alta de casos da Covid no começo do ano, com a presença de todos os envolvidos, segundo nota enviada a nossa redação pela superintendência de comunicação da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

No entanto, nesta manhã de domingo, 6, Lucinha Mota, mãe e Beatriz, criança que aos 7 anos foi covardemente assassinada com mais de 40 facadas dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, da rede particular de Petrolina/PE, usou suas redes sociais para pressionar a deputada Dulci Amorim autoria do requerimento para a realização da audiência pública, a assinar a CPI sem que se tenha resultado do debate que ocorre na quinta, 10, de forma virtual.

A parlamentar do PT não demorou muito e trouxe esclarecimentos a respeito não ter colocado sua assinatura para que a CPI possa ser instalada. Conforme Lucinha em seu vídeo, falta apenas 1 assinatura, ou seja, já existem16 deputados que concordam, frisando, a maioria de oposição ao governo Paulo Câmara. Para ser instalada uma CPI na Alepe, deve ter no mínimo 17 deputados apoiando.

Na nota em que Dulci Amorim esclarece sua posição em não assinar, ela revela que chegou a consultar Lucinha Mota e Sandro Romilton, pais de Beatriz, sobre permanecer ou não com a audiência pública, já que existia um pedido de CPI solicitado, e ela conta que eles concordaram e manter a discussão.

CONFIRA A NOTA DE DULCI AMORIM POSTADA EM SUAS REDES SOCIAIS:

Para conhecimento da imprensa e da população pernambucana, o pedido de realização de uma Audiência Pública sobre o Caso Beatriz na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), foi feito à Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular no dia 20 de dezembro de 2021. Essa, foi apenas mais uma das iniciativas do nosso mandato em apoio ao movimento Somos Todos Beatriz.

Eu e o ex-deputado estadual Odacy Amorim sempre nos colocamos como facilitadores do diálogo entre a família da menina e o governo estadual, e cobramos esclarecimentos, inclusive levando esse debate para a Alepe. Além disso, esse tema nunca foi pauta das campanhas eleitorais que participamos.

É importante frisar que, no dia da coletiva de apresentação dos detalhes sobre o indiciamento do suspeito do homicídio, 12 de janeiro no Recife, *conversamos com os pais da menina e os consultamos sobre a manutenção da audiência pública diante dos novos fatos. Assim, foi acordado com eles de que o encontro na Alepe deveria ser mantido*.

A Audiência Pública sobre o Caso Beatriz, marcada para o próximo dia 10 de fevereiro, está mantida e é vital a participação de todos os envolvidos. Diante disso, salientamos que o resultado dela será determinante para vislumbrar a necessidade da realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), inclusive podendo contar com o nosso voto favorável.

Considerando o nosso cuidado e a nossa atenção à luta da família da criança, lamentamos e recebemos com surpresa as declarações sobre um suposto boicote à CPI do Caso Beatriz , uma vez que transformar o assassinato de uma menina a facadas, dentro de uma escola, em capital político é, no mínimo, desumano.

CPI

O debate em torno da abertura da CPI foi motivado pelo deputado Romero Albuquerque, PP-PE. Durante a primeira sessão plenária do ano, na quinta, 3, o parlamentar cobrou de alguns colegas a assinatura para abertura do processo.

Deputados, a exemplo da petista Teresa Leitão, companheira de partido de Dulci Amorim,  lembraram que o principal suspeito foi identificado e preso recentemente e que diversas forças políticas no estado apoiaram o pleito da família de Beatriz em favor da federalização do caso. Em sua avaliação, a investigação deveria continuar no âmbito policial.

Dulci apresentou seus argumentos durante as discussões entre os parlamentares na sessão ocorrida de forma remota por conta da pandemia do Coronavírus. Na avaliação da petista, é preciso cumprir etapas para só então avaliar os próximos passos.

Para a parlamentar, criar uma CPI antes de promover uma escuta pública que atualize as novidades da investigação seria o mesmo que pular etapas.

“Acompanhamos esse caso desde o início. As novidades surgiram de dezembro pra cá, justamente quando solicitei a audiência pública. Somente após a audiência, com todas as informações que iremos ter, a gente pode avaliar outros caminhos”, disse.

Segundo a deputada há muitas perguntas sobre o caso em aberto que precisam ser esclarecidas. “Por isso é importante ouvir os envolvidos como a escola, a Polícia Civil e todas as demais partes. Creio que a partir da audiência pública, a gente possa ter algumas respostas mais precisas”, justificou.

O autor alega como argumento para a instalação da CPI, o recuo do suspeito Marcelo da Silva, autor confesso do crime e comprovado por perícia do DNA do suspeito. Mas, dois depois de confessar, Silva alegou ter sido pressionado a confessar, o que foi mostrado pela Polícia Civil de PE que filmou o interrogatório que mostra o suspeito falando sem nenhuma pressão.

A mãe da criança disse ter certeza que Marcelo da Silva é o autor das facadas que vitimaram a filha. “Os detalhes da confissão e a própria fisionomia com a comprovação do DNA não deixam dúvidas”, disse Lucinha Mota no dia em que o suspeito teria dito que confessou ser o autor por ter sido obrigado a falar. Tem post aqui sobre esse depoimento de Lucinha que pediu o acompanhamento de perto da OAB/PE, pois a nova versão de Marcelo da Silva teria sido orientada pelo novo advogado cujo objetivo era amenizar a pena do acusado.

Em suas contas digitais, Romero afirma ser esse recuo a base para a CP1, um recuo que foi descrebelizado pelas autoridades e todos que acompanham o caso, inclusive pela família de Beatriz Angélica.

“Se este homem, agora, diz que não é o autor do crime, mas a Secretaria de Defesa Social garantiu que, após seis anos, identificou o DNA do suspeito na arma do crime, alguém está faltando com a verdade. (…) A instituição não pode ser ridicularizada publicamente por um criminoso”, disse Romero Albuquerque.

O pedido para abertura da CPI será apresentado, mas após da audiência pública que foi agendada antes dessa solicitaçãoI. Além dos pais de Beatriz, serão ouvidos na audiência pública do próximo dia 10, representantes da escola onde a menina estudava; do Ministério Público Federal (MPF); do Ministério Público Estadual (MPPE); da Secretaria de Defesa Social (SDs); da Casa Civil; delegados e advogados do caso.

LIVE

Dulci Amorim estará na terça, 8, sendo uma das convidadas da semana da LIVE TRIBUNA NE DE OLHO EM 2022, A conversa começa às 19h. Ela fará um balanço de sua atuação da Alepe, desafios de legislar e atuar nas bases em meio a uma pandemia que persiste desde março de 2020, sua posição sobre as eleições majoritárias e as perspectivas para o ano que terá que buscar a renovação do mandato e continuar atuando no parlamento estadual. E tudo que vai cercar a audiência pública sobre o Caso Beatriz.