Política

Aumento de combustíveis e gás ameaça produção e aprofunda pobreza

Petrobras aumenta preços de gasolina, diesel, gás de cozinha e gás natural. Etanol também subiu. Impacto sobre a inflação foi instantâneo

A semana começou com mais aumento nos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha (GLP). Os valores reajustados estão valendo desde terça-feira (6), quando a Petrobras deu mais uma “boa notícia”: vai elevar 7% em R$/m3, a partir de 1º de agosto, os preços de venda de gás natural para as distribuidoras.

Os valores médios de venda do litro da gasolina e do diesel serão reajustados em 6,3% e 3,7%, ou R$ 0,16 e R$ 0,10 o litro, respectivamente, para R$ 2,69 e R$ 2,81. Já o preço médio de venda do gás de cozinha para as distribuidoras sofrerá reajuste de 5,9%, ou R$ 0,20 o quilo, para R$ 3,60 o quilo.

Um botijão de GLP de 13 quilos passará a custar R$ 46,68 para as revendas, acumulando alta de 38% no ano. Este já é o 15º aumento seguido no preço do gás de cozinha nas refinarias da Petrobras desde o início da pandemia do coronavírus.

“A variação decorre da aplicação das fórmulas negociadas nos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio. As atualizações dos preços dos contratos são trimestrais”, afirmou a Petrobras em nota.

No acumulado do ano, o diesel da Petrobras subiu cerca de 40%, enquanto a gasolina avançou 46%. O etanol ficou 36,3% mais caro no mesmo período, e hoje é vendido por R$ 5,03 o litro. Já o petróleo Brent acumula alta de cerca de 50%, e segundo Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos, ainda tem defasagem de 14%, reforçando a tendência de novas altas num futuro próximo.

Nesta terça, o preço do petróleo alcançou a maior alta desde 2014, após divergências entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus parceiros, reunidos na OPEP+. Com a disparada da cotação, é possível que a Petrobras anuncie novos reajustes nas próximas semanas.

Oitavo desde janeiro, esse é o primeiro aumento na gestão do general Joaquim Silva e Luna, que substituiu Roberto Castello Branco em abril, após cenografias de Jair Bolsonaro nas redes sociais, em fevereiro. O último reajuste nas refinarias ocorreu quatro dias antes da posse do general, em 15 de abril, quando o valor médio da gasolina aumentou 1,9% por litro, e o do diesel 3,7% por litro.

Aumento de preços x perda de renda

Os reajustes da Petrobras tiveram repercussão imediata. Analistas que previam, no boletim Focus do Banco Central desta semana, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 6%, estão revendo os números. Alguns não descartam o IPCA acima de 7% no fim do ano e de 9% no acumulado em 12 meses de julho.

“A gasolina e o gás de cozinha têm um peso importante no orçamento doméstico. Esses reajustes, junto com o aumento da energia, terão um impacto de mais 0,5 ponto percentual no IPCA de julho. Eu diria que este mês os vilões serão os itens energéticos, que vão ditar a inflação deste mês e podem encerrar em alta até o fim do ano”, afirmou para o Correio Braziliense o economista André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas.

O FGV Ibre elevou de 0,5% para 1% a estimativa de alta do IPCA deste mês e pretende elevar de 7% para 7,4% a estimativa de alta do IPCA no fim do ano. “O recuo no preço da energia, que está no patamar mais alto, a bandeira vermelha 2, vai depender do volume de chuvas a partir de outubro”, emendou.

 

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Cinara Marques

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