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Cerimônia na Refinaria Abreu e Lima foi repleta de ataques e afagos

Com a ampliação da unidade, Governo Federal e Petrobras projetam geração de cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos e acréscimo de cerca de 13 milhões de litros de Diesel S10 por dia à produção nacional

Em sua primeira visita neste ano ao estado, o presidente Lula (PT) oficializou a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), no Complexo Industrial Portuário de Suape, reforçando os investimentos de aproximadamente R$ 8 bilhões nesta segunda etapa e um faturamento que deve chegar a US$ 100 bilhões ao ano quando o projeto estiver operando em sua capacidade máxima.

Na ocasião, o presidente se apoiou no discurso de que a paralisação da obra, em 2014, teve relação com a perseguição política contra ele, se referindo ao episódio de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, e voltou a relacionar o fato ao que chamou de “mancomunação” de juizes e promotores com os Estados Unidos contra a Petrobras. Segundo o petista, os americanos não queriam que o Brasil tivesse uma empresa do porte da estatal petroleira.

“Quem me prendeu arque com as consequências. A punição foi revista e estou aqui sendo o único brasileiro eleito presidente por três mandatos. Estamos apenas recomeçando”, avisou. Lula disse que 2023 serviu para arrumar a casa, limpar o terreno e plantar coisas novas, e que 2024 é o ano de colheita. “A primeira árvore frondosa é a retomada das operações da Rnest. É preciso saber quanto dinheiro este país perdeu nesses 10 anos de atraso nesta empresa, quantos salários deixaram de ser pagos, quantas pessoas perderam benefícios, quanto perdemos em competitividade internacional, até chegar ao ponto da gente eleger um psicopata para ser presidente”, alfinetou.

No que se refere à conjuntura política, e aos desenhos que estão se formando para as eleições deste ano, o presidente fez um jogo duplo ao acenar explicitamente tanto para a governadora Raquel Lyra (PSDB) como para o prefeito João Campos (PSB). A tucana, que teve sua gestão mal avaliada recentemente, vem se movimentando para se aproximar da base de Lula, através do PDT ou do PSD.

Enquanto isso, o prefeito respira confortável, com uma boa avaliação e já conta como certa a sua reeleição, o que fortalece ainda mais o seu nome para disputar o comando do Palácio do Campo das Princesas, contra Raquel, em 2026.

O fato é que tanto para as articulações das eleições de 2026, como para a corrida eleitoral deste ano, a tucana e o socialista vão precisar do respaldo e do peso do apoio político do presidente Lula. Considerando que a meta do PT é duplicar o número de prefeituras pelo País e que o espaço para a legenda ainda é muito tímido na gestão de João Campos, Lula pretende tensionar o jogo para ter poder de barganha.

Mesmo que nas eleições de 2022, a governadora Raquel Lyra não tenha apoiado o nome de Lula, já que o seu partido integrava a base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o petista lembrou: “depois da posse da governadora Raquel, vim aqui e falei que não me importava por ela não ser da minha base ou do meu partido e que a minha relação com ela é como presidente. Você não terá problema com a gente. Além de respeitar sua vitória, respeito o povo de Pernambuco que a elegeu governadora”. O presidente deu o afago e na sequência do seu discurso disparou com ar de riso:

“Seria bom que ela (Raquel) governasse no tempo de Bolsonaro. Era um inferno. Parecia um capeta”. A governadora reconheceu que não é fácil fazer política sozinha, mas “quando a gente se junta, a gente é capaz de superar os desafios”. “Contamos com a parceria do presidente Lula para devolver Pernambuco ao seu lugar de liderança”, afirmou.

Ao comentar sobre o início do projeto da refinaria, ainda em 2004, Lula citou o ex-governador Eduardo Campos, lembrando que ele foi o grande entusiasta da refinaria. A implantação da Rnest iniciou no seu primeiro mandato como governador de Pernambuco. Depois, ao falar sobre a geração das 30 mil vagas de empregos diretos e indiretos que a retormada das obras vai proporcionar, Lula brincou com João Campos.

Eu acho que o João Campos ficou triste porque a prefeita de Ipojuca vai ganhar muito dinheiro, a governadora do estado vai ganhar muito dinheiro, mas o João tem que saber que o Recife é a capital, é a cidade mais importante, então, o povo ganha o dinheiro aqui para ir gastar lá”.

Nas redes sociais, João relembrou a trajetória de implantação da Rnest com Lula e o pai. “Ele (Eduardo) lutou muito para que a Rnest saísse do papel, e hoje ver tanta gente com o macacão da Petrobras trabalhando lá chega mexe o coração”, escreveu. COM DIÁRIO DE PERNAMBUCO

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Cinara Marques

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