Com a imprensa e na caminhada pelo Centro do Recife, Lula reforça a importância do voto casado com Marília Arraes neste segundo turno

Um Galo fora de época? Foi assim que se tornou a passagem de Lula, candidato a presidente pelo PT, nesta sexta, 14, na visão dos apoiadores do petista e que foram em peso ao ato.

Lula veio a Pernambuco reforçar a campanha de candidata à governadora, Marília Arraes, do Solidariedade, num ato que reuniu uma multidão pelas ruas centrais do Recife, mesmo com o sol forte e do atraso da caminhada

Tanto na coletiva como no discurso após a caminhada encerrada na Praça do Carmo, tradicional espaço de atos da esquerda e do campo democrático em Pernambuco, Lula frisou a importância da união de todos os partidos que formam a frente ampla em apoio a sua candidatura e agora, no segundo turno, estao junto com Marília também.

“Eu fiquei o dia inteiro na casa de Brizola para pedir o apoio dele em 1989, ele estava magoado porque tinha perdido a chance de ir para o segundo turno e até sugeriu que eu renunciasse para nós dois apoiarmos Mário Covas que tinha sido o quarto colocado. Mas, ele me deu a resposta 8h depois. Então eu acho que foi um atitude honesta, coerente e corajosa essa aqui do PSB aqui no estado. Porque ninguém está escondendo que tinham divergências profundas, mas acabei de falar da lição de Paulo Freire, juntem os divergentes para vencer os antagônicos. E foi isso que foi feito aqui. Não conheço a adversária da Marília, mas o que eu sei é que todos os que estavam com Bolsonaro, estão acompanhado ela e não a Marília. Então o PSB tomou a decisão correta”, disse Lula ao ser perguntado se tinha mesmo conseguido unir Marília Arraes a João Campos, do PSB, prefeito do Recife.

“Todos que quiserem manter Pernambuco governado de forma democraticamente, que a gente possa juntar todo o setor de esquerda para a gente fazer uma baita administração, é  apoiar Marília. Eu estou aqui porque eu preciso que ela ganhe e porque ela precisa que eu ganhe, para se reconstruir neste estado o que eu e Eduardo Campos fizemos”.

Lula aproveitou e deu a dica para quem teve outra opção de voto no primeiro turno.

“Eu vim aqui não é só para apoiar Marília, mas para ter mais votos aqui do que eu tive no primeiro turno. Estou vendo aqui que tem alguns quem podem votar agora aqui no 13”, brincou Lula.

Marília também falou sobre a postura do primo socialista que ganhou dela em 2020 a Prefeitura do Recife e que tinha divergências, mas lembrou que a união nesse momento o principal para manter a democracia e enterrar de vez o fascismo e o autoritarismo de hoje praticado pelo governo Bolsonaro.

“Hoje não estamos vivenciando não somente uma eleição. Estamos discutindo projetos para Pernambuco e para o Brasil, mas principalmente, estamos defendendo o estado democrático de direito, lutando contra o retrocesso e defendendo a democracia. Por isso para mim é uma honra representar o seu projeto aqui em Pernambuco e ter a oportunidade de unirmos as forças democráticas, unirmos quem representa os projetos progressistas do estado, passando por cima de qualquer divergência, colocando como foco maior o objetivo de reconstruímos o nosso Brasil. Vamos unir Pernambuco e isolar o fascismo, a intolerância no lugar para onde deve ir, para o lixo da história do Brasil. Estamos com o senhor presidente não só por sermos aliados, mas porque o senhor representa um projeto de país mais justo e de diminuição da desigualdade entre as pessoas”, registrou Marília.

LANCHE E ATRASO

Grávida, Marília tem que unir a alimentação junto com a agenda de campanha e houve até um certo tom de  ironia por esse fato, vindo de uma profissional de imprensa durante a  entrevista por ela ter aproveitado para fazer um lanche durante a coletiva que atrasou. Ela se desculpou e explicou também porque chegou pouco depois de Lula ao local do encontro com os jornalistas.

“Peço desculpas por está me alimentando, mas é que já são quase meio-dia e como estou no sexto mês, grávida, tenho que manter essa rotina junto com a campanha. Sobre o atraso, minha filha, Maria Eduarda, sempre que o presidente Lula está por aqui, quer encontrar com Lula e perdi o elevador em que ele estava. Peço desculpas também”.

A candidata do SD fez questão de elogiar a postura do primo e prefeito do Recife, João Campos, seu adversário em 2020 quando o PSB ganhou do PT, ex-partido de Marília e com muitos ataques na disputa de segundo turno. Marília Arraes frisou que defender a democracia em Pernambuco e no Brasil, supera qualquer divergência.

“Quero aqui fazer um agradecimento público ao prefeito João Campos que tão jovem teve esse discernimento à favor da democracia, à favor de um governo progressista aqui em Pernambuco e que nos ajudou a fazer essa unidade. Ele, o senador Humberto Costa, passando por todas as divergências que pudessem acontecer e que hoje são muito menores do que está em risco no nosso estado e no nosso país”, declarou Marília Arraes.

INVESTIMENTOS NO NE

Lula explicou e disse que iria colocar para ver se Bolsonaro ler e passa a saber porque o Nordeste sempre tem lhe dado votações histórias em suas campanhas. Disse que registrou tudo que fez em suas governos num cartório. “O exercício de um mandato presidencial, faz parte da história de um país, provando a seriedade das coisas que se fez”, contou o candidato.

Nos Nordeste seus governos investiram mais de R$ 800 bilhões, desses mais de R$ 180 bilhões foram em Pernambuco.

“Tenho então perguntado que obra Bolsonaro fez durante seus quatros anos, porque ele vive atacando o povo nordestino. Ele ainda mente, pois conclui 5% da Transposição e disse que ele que fez. Esse cidadão não governa esse pais, negligenciou a pandemia. Ele não conversou e só brigou com os governadores. Se tivesse feito, muitas pessoas poderiam ter seus familiares em casa, Você não pode é ser ignorante e não cuidar do que deve. E agora em cada estado, ele vem com um panfleto mentindo”, ressaltou Lula.

“O cidadão vive da mentira”, frisou Lula, alfinetando Bolsonaro. (Por Cinara Marques, redação Tribuna Nordeste)

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