Política

Demorada e sem objetividade: audiência pública sobre falta d’água na Câmara teve discursos, respostas, povo fala, mas sem o MPPE para cobrar solução prática

O vereador Capitão Alencar reclamou da falta de objetividade em se apresentar soluções e prazos e sugeriu a instação de uma CPI para saber por que tanto Petrolina sofre com a Compesa, a principal arredação do interior de PE.

Mais de sete horas de debate e falas que terminam não resolvendo nem confirmando melhorias para a população que vem sendo atingida pelo problema da falta de água em Petrolina, sertão pernambucano.

Iniciativa da vereadora Maria Elena, União Brasil, integrante da bancada do governo na Câmara Municipal, sendo subscrita pelos demais vereadores, o debate se estendeu por mais de três horas e o que de fato vem atingindo o povo, não se sabe quando e como resolver, pelo menos neste momento

O gerente regional da Compesa, Alexsandro Chaves, representou o governo do estado por meio da concessionária; pela prefeitura estiveram discutindo o diretor-presidente da Agência Reguladora Municipal (Armup), Rubem Franca com alguns secretários, a exemplo do secretário de Obras, Fred Machado.

Inclusive com Fred perguntamos se ele sabia por que o Ministério Público de Pernambuco não compareceu e essa ausência foi sentida pelos presentes e pelos realizadores do debate. Fred também não entendeu, apenas colocou que esteve no dia anterior no MPPE para discutir outro assunto.

“Seria importante a promotoria presente. É um agente importante nesse processo todo”, resumiu.

Segundo o presidente da Câmara, vereador Aero Cruz que conduziu os debates, a justificativa enviada à Mesa Diretora é que a ocupante da promotoria específica do tema, teria outra agenda já programada. De fato, a questão da crise do desabastecimento na tercedira maior cidade em população de PE deveria ser levada com mais atenção pelo órgão, é a nossa avaliação aqui do PORTAL TRIBUNA NORDESTE.

Foi um debate cansativo, longo, lotado de lideranças comunitárias, mas muitos que vivem defendendo a gestão municipal que se quizesse sentava à mesa com a Compesa e iniciaria um novo momento desta crise que dura no minimo 10 anos, mas que há 20 existe a intenção do grupo que comanda a cidade no momento, de tirar a Compesa de Petrolina com foco em conceder os serviços essenciais como abastecimento d’água e esgotamento sanitário para a iniciativa privada.

NÚMEROS

O diretor-presidente da Armup trouxe uma série de informações, listou as urgências que a Compesa deve realizar. Ele se preocupou de forma específica com a falta de cobertura do principal reservatório da cidade localizado no Centro e que é responsávle por levar água potável para mais de 60% da população.

“Enviamos oficío no começo do ano para que a Compesa cobrisse o reservatório diante do risco que isso pode causar aos usuários do sistema. Me daram 600 dias para resolver. Chegou o fim do prazo, novamente provoquei a empresa para consertar a cobertura, novamente responderam pedindo mais de 500 dias para resolver e ainda alegando que o problema não causa dano, portanto tivemos que aplicar a multa. Não temos essa intenção, mas diante do comportamento da Compesa em casos como esse, não tive outra alternativa”, revelou Franca.

O representante da Armup voltou a citar a arrecadação da Compesa e comparar com a falta de investimentos, mesmo sendo uma das maiores do estado. Ele se baseando pela cálculos do Instituto Trata Brasil, chegou a um número que diante dos últimos anos, a arrecadação prevista para 2023 que ainda não teve o baçanlo fechado, seria na média de 10% de aumento anual de mais de R$ 134 milhões, mas ficando para investimento em Petrolina pouco mais de R4 3,4 milhões.

“Essa conta desse jeito não fecha”, assinalou o diretor-presidente da Armup, Rubem Franca.

CUSTEIO

Alexsandro Chaves, gerente regional da Compesa Petrolina, respondeu a todos os questionamentos com paciência, firmeza e segurança nos esclarecimentos. Ele fez questão de lembrar que a média de R$ 10 milhões de arrecadação mensal da Compesa é um recurso que existe para custeio da empresa e não para investimentos na ampliação e melhoria do sistema de abastecimento e esgotamento na cidade.

“É um recurso para manter o funcionamento da empresa e nossa busca constante é pelos investimentos, convênios, recursos para a execuação das obras que são necessárias e urgentes”, relatou.

Tem também o crescimento da cidade, obras como em condomínios e muitas construções desordenadas, sem viabilidade técnica que têm trazido transtornos e dificultado o trabalho da Compesa, outro ponto em destaque na fala de Alex.

“Temos sistemas inovadores e somos modelo para outros estados virem conhecer, mas é um trabalho constante diante do grande crescimento de Petrolina”, pontuou Alex Chaves que frisou que apesar do problema judicial da Prefeitura com a Compesa, as ações estão sendo feitas e listou as obras em andamento e os projetos a serem executados.

“Estamos em estudos constantes para resolver os gargalhos e com esse estudo e com a contribuição da secretaria estadual de Recursos Hídricos, buscando novas captações. O governo do estado tem buscado essas linhas como debentures, financiamentos e crédito, captações importantes e ainda com uma parceria importante com o Banco do Nordeste, o programa de modernização de saneamento de Petrolina vai avançar. O sistema Cisar para a zona rural, temos o convênio com o Banco Mundial para essas execuções. A Compesa é uma empresa respeitada, premiada e com credibilidade. Portanto, temos tido sucesso com essas captações”, destacou o gerente.

Entre as falas dos vereadores e da população, repesentada por lideranças comunitárias, entre outros questionamentos, a audiência não levou a uma definição de fato para que as obras voltassem a ser realizadas para amenizar a situação do sistema.

O vereador Capitão Alencar disse que como não houve efetividade em soluções e prazos, a criação da comissão de acompanhamento sugerida pela vereadora Lucinha Mota, PSDB, comfirmada pela vereadora Maria Elena, que junto com o líder do governo, vereador Diogo Hoffmann, solicitaram a audiência pública, de se de formalizar essa comisão para o cumprimento dos investimentos, mas também criar uma CPI para saber por que tanto Petrolina sofre com a Compesa que tem na regional local a principal arredação do interior.

Mais sobre a audiência pública em novas postagens aqui do Portal Tribuna Nordeste em novas atualizações..

 

 

 

 

Cinara Marques, Tribuna Nordeste

 

 

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Cinara Marques

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