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Ex-chefe da Polícia Científica de PE disse que desfecho da autoria do crime contra Beatriz Angélica, poderia ter ocorrido ainda na época do assassinato da menina

Sandra Santos foi exonerada no começo deste mês, e acompanhava o caso desde o início. Ela fazia críticas em algumas conduções das investigações, mas garante que Marcelo da Silva é o autor das facadas em Beatriz.

A perita Sandra Santos, que foi chefe da Gerência de Polícia Científica do estado até o começo deste mês, o órgão é vinculado à Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS), disse que o caso do cruel assassinato da pequena Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, poderia ter tido um desfecho bem antes.

O suspeito Marcelo da Silva foi indiciado nesta terça, 11, como o autor confesso do assassinato de Beatriz. O desvendamento da autoria se deu através de mostras genéticas analisadas e confirmadas pela polícia científica de Pernambuco, comprovado pelo DNA do suspeito.

“Nós da polícia científica tínhamos a arma do crime, uma faca com sangue que foi encontrada em Beatriz. Se a Polícia Civil tivesse ido logo atrás de quem teria cometido o crime na época, poderíamos ter desvendado o crime muito antes, porque teríamos um suspeito para confirmar o DNA bem mais rápido”, assinalou Sandra em entrevistas concedidas à imprensa no Recife, como TV Globo e TV Guararapes/Record.

Apesar destas falhas e outras que Sandra chegou a mencionar e tornar públicas, mesmo ocupando cargo de confiança no governo, ela garante que Marcelo da Silva é o autor das facadas em Beatriz.

“Quando o banco [de DNA] o apontou, ao invés de a gente divulgar logo, a equipe voltou ao presídio e coletou de novo [material genético do suspeito]. Para ter certeza. Porque esse crime não mexeu só com a família de Beatriz. Esse crime mexeu com toda a população. Inclusive eu, que tenho uma filha Beatriz da mesma idade. Então era uma questão de honra desvendar.

ESTÁ PRÓXIMO DE SE APOSENTAR

Durante a coletiva de imprensa no final da manhã desta quarta, 12, realizada na sede da SDS, o secretário Humberto Vieira, titular da pasta, foi questionado sobre a saída da perita do cargo.

“A Dra. Sandra prestou um excelente trabalho. Ela está com tempo próximo para a sua aposentadoria também. E Dr. (Fernando) Benevides assumiu para dar continuidade a esse excelente trabalho sério e comprometido que chegou ontem a uma prova técnico-cientifica”, explicou Humberto Freire, confirmando que o perfil genético do autor foi coletado ainda no início das investigações como observou a perita Sandra Santos, se referindo ao material encontrado na faca, a arma do crime.

Ele também revelou outros detalhes do desvendamento do autor do crime durante a conversa com os jornalistas. O perfil genético do material apurado, conforme Humberto Freire, foi inserido no banco genético em 2019. O secretário também respondeu aos jornalistas sobre a motivação do assassinato de Beatriz, alegada pelo suspeito Marcelo da Silva que tem várias passagens pelo polícia.

“Ele quis silenciar a menina que se assustou ao se deparar com ele no ambiente. Ela se assuntou e ele para silenciar Beatriz, a esfaqueou”, relatou Freire.

O confronto com o material genético apurado na arma do crime, foi confirmado ontem na presença do autor. “O acusado tem histórico de crimes contra menores. Ele está preso justamente por um crime desse. E disse que estava no local do crime em busca de dinheiro para ir embora, pois não é de Petrolina”, acrescentou o secretário.

INQUÉRITO

Marcelo da Silva será denunciado pelo MPPE que devolveu o inquérito para novas apurações, já que se tem agora o autor das facadas que mataram Beatriz. Oito delegados passaram pelas investigações desde dezembro de 2015, quando a criança foi morta dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliador, da rede particular de Petrolina, no dia da festa de formatura da irmã dela que estudava na escola.

Quatro delegados compõem atualmente a força-tarefa designada pelo governador Paulo Câmara para acompanhar o caso de perto. Foram esses delegados que foram até Salgueiro, sertão Central, e interrogaram, presencialmente, o suspeito Marcelo da Silva que está preso por estupro de vulnerável.

O suspeito foi preso em 2017 após ser condenado por este estupro. Em 2019, ele teve material genético colhido para inserção no banco genético do estado num mapeamento entre os condenados do sistema prisional, como permite a legislação.

Em 2021, a polícia começou a monitorá-lo, junto com outros 124 condenados do sistema prisional. Depois que foi obtido o “padrão ouro” do DNA encontrado na faca, ele foi submetido a outro recolhimento de material genético e, após diversos procedimentos, foi apontado como o suspeito do assassinato de Beatriz Angélica.

 

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Cinara Marques

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