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Jovem de periferia do Recife é aprovado para estágio científico na Universidade de Harvard

Criado perto do Largo do Capuá, em Areias, na Zona Oeste, Elias Barbosa concorreu com 490 inscritos de vários países e ficou com uma das 20 oportunidades.

Um recifense de 21 anos conquistou uma vaga de estágio da Universidade de Harvard, uma das mais famosas dos Estados Unidos. Aluno do 5º período de biomedicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Elias Almeida Silva Barbosa foi um dos 20 selecionados entre 490 inscritos de todo o mundo, inclusive da instituição norte-americana.

Os alunos vão realizar pesquisas científicas durante dez semanas nos laboratórios do Instituto de Células-Tronco de Harvard (Harvard Stem Cell Institute), no campus localizado em Cambridge, no estado de Massachusetts. Todo o custo será bancado pela instituição de ensino, por meio de bolsa.

“Toda a minha experiência aqui tem sido sobre aprendizagem. Não é sobre alcançar, é sobre o processo. Espero aprender como é a ciência lá fora, como é a cultura, que tipo de coisa posso trazer para o Brasil. Não posso sair de lá sem trazer uma conexão para cá. Para ter uma geração que possa movimentar a ciência em Pernambuco”, afirmou o estudante.

Criado na periferia, perto do Largo do Capuá, em Areias, na Zona Oeste do Recife, Elias foi aluno do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e aprendeu com os pais, uma professora e um servidor público, a importância da educação. Quer usar o conhecimento para solucionar problemas da população.

“As doenças que acometem o Brasil e as mazelas que a gente vive aqui não são vistas pelas grandes instituições. Minha pesquisa com Zika fala sobre um tratamento que previne a doença congênita do Zika, que é a microcefalia, que não é algo que a gente consegue tratar ainda. Se houver uma nova epidemia de Zika a gente vai ver aqueles casos enormes de microcefalia de novo”, observou.

A seleção contou com a avaliação de um texto pessoal sobre como a participação no programa poderia acrescentar para a carreira do candidato e no próprio programa, além de duas cartas de recomendação.

Elias contou que, na primeira devolutiva, em 28 de fevereiro, ficou fora da lista, mas era o segundo da relação de espera. No dia 5 de março, ele soube que tinha conseguido a vaga.

“Eles disseram que tinha sido muito difícil selecionar e me colocaram na lista de espera. E que eu esperasse, já que poderia abrir uma vaga e foi o que aconteceu. E eu sou vigésimo dos 20”, afirmou.

O estudante explicou que a sua área de pesquisa o ajudou a conquistar a vaga. Ele tenta encontrar uma forma de regeneração melhor da pele, a partir da leishmaniose cutânea, doença que produz uma lesão bem demarcada no local da picada do inseto, após várias semanas ou meses.

“Minha área de pesquisa é nova, um pouco de medicina regenerativa para doenças tropicais negligenciadas, como a leishmaniose cutânea, que atinge muitos pernambucanos. Você consegue fazer estudos epidemiológicos baseados na marca que essa doença deixou”, disse.

O programa acontece de 8 de junho a 12 de agosto. O recifense embarca para os Estados Unidos no dia 31 de maio.

(G1 Pernambuco)

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Cinara Marques

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