Política

Opinião: Laranjão é o próprio Bolsonaro que distrai a plateia enquanto o País é saqueado pelo ‘posto ipiranga’

No papel de laranjão-mor do pomar, Bolsonaro é imbatível, escreve o jornalista Ricardo Kotscho

Dia sim, e no outro também, ele arruma alguma confusão, bate o bumbo contra inimigos imaginários, briga com seu próprio partido, roda a baiana, faz cara feia e, assim, vai distraindo a platéia que ainda grita “Mito!”.

Ninguém poderá negar que ele está cumprindo à risca sua missão de entregar o país, na senda aberta pela Lava Jato, seguindo disciplinadamente o cronograma golpista de 2016.

Pode parecer coisa de maluco, mas quem bancou sua candidatura está muito satisfeito e não rasga dinheiro.

Só no primeiro semestre, os grandes bancos tiveram um lucro de R$ 60 bilhões.

Enquanto isso, o banqueiro e especulador Paulo Guedes, chamado de Posto Ipiranga, o dono do cofre, coloca tudo à venda e promove o maior saque já visto no mundo ocidental.

Das reservas do pré-sal da Petrobras a prédios públicos, tudo agora vai a leilão, até não sobrar nem o sofá na sala e ser derrubada a última “porra da árvore” na Amazônia sobre o corpo do último índio.

No comando de uma enlouquecida tropa de ocupação e desmanche, o capitão-presidente se diverte com ele mesmo, gargalha das próprias bobagens que fala, mas nem sabe direito o que está acontecendo à sua volta.

Em seu mundinho particular de uma realidade virtual, o que importa mesmo é nomear um filho embaixador nos Estados Unidos e livrar a cara de outro, às voltas com rachadinhas e milícias.

Na campanha eleitoral, ele alugou o nanico PSL, mas agora quer ser o único proprietário do espólio partidário alimentado com verbas públicas.

Militar medíocre e insubordinado, preso e processado pelo Exército aos 33 anos, escondeu-se por outros 30 nos fundos do baixo clero da Câmara, onde também não fez nada de útil.

Nem ele, com certeza, acreditava na sua vitória, que lhe caiu no colo, quando começou a campanha, fazendo arminha com os dedos e ameaçando metralhar os adversários.

Talvez Bolsonaro não se dê conta de que é apenas um laranjão no Palácio do Planalto, cercado de outros doidos, fardados ou à paisana, que dançam sobre a soberania nacional e o futuro do país, à beira do abismo.

Eram todos pés-de-chinelo na vida política e econômica do país, um bando de zé-ninguém, que nunca foi levado a sério em lugar nenhum.

Bolsonaro pensa que manda em tudo e não precisa de ninguém, mas não passa de um boneco nas mãos do ventríloquo Paulo Guedes, que sabe muito bem o que quer.

Bobagem esperar que ele renuncie ou tenha algum gesto de grandeza. Sem chance. Com esse Congresso, impeachment nem pensar.

Só largarão o osso no dia em que o STF resolver cumprir a Constituição, o TSE investigar a fundo o financiamento da sua campanha eleitoral, movida a milhões de dólares em fake news, ou a população sair às ruas para dar um basta, como está acontecendo agora no Equador.

Se, e quando isso acontecer, poderá ser tarde demais. Paulo Gudes já terá completado o serviço.

Estamos, literalmente, no mato sem cachorro.

E estão vendendo até o mato…

Vida que segue.

*Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros*.

 

 

Redação com Portal Tribunna

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Cinara Marques

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