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Opinião: “Ou transformamos o funeral de Arruda num grande basta, ou não poderemos sair mais às ruas”

“Para que isso aconteça as instituições têm que parar de se omitir, empurrar com a barriga o dever de garantir que as leis se cumpram”, escreve Denise Assis. Confira o artigo da jornalista sobre a tragédia de Foz do Iguaçu que vitimou um militante do PT em pleno aniversário de 50 anos na noite deste sábado, 9.

Marcelo Arruda foi atingido por dois tiros dentro de um espaço de eventos na cidade paranaense por um fanático bolsonarista. O tema da festa de Marcelo que integrava os quadros do PT/PR e era tesoureiro da sigla no diretório de Foz do Iguaçu, era o partido do coração e o ex-presidente Lula que disputará a eleição em 2022 para presidente.

Autoridades da polícia civil no município informaram que o assassino de Marcelo entrou atirando e fazendo referência ao nome de Bolsonaro, presidente adversário de Lula no pleito presidencial deste ano, o que pode caracterizar como crime por intolerância política em pleno sano de 2022.

Veja o que diz a autora do artigo sobre essa tragédia no Paraná:

Estamos a três meses das eleições e um homem morreu por sua escolha política. Apenas porque abraçou uma ideia, se dedicou a uma causa e alardeou o nome do seu candidato, transformando-o no tema de seu aniversário de 50 anos.

O guarda-municipal Marcelo Arruda era um quadro do PT. Foi candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu pelo Partido dos Trabalhadores no pleito de 2020, em uma região predominantemente de ultradireita. Era também um líder sindical, respeitado pelos colegas de trabalho e de militância.

Em resposta a tamanha violência, a sociedade tem obrigação de dar um basta. Ou o seu funeral se transforma em um ato com a magnitude do enterro de Edson Luiz, morto em 28 de março de 1968, com o primeiro tiro desfechado pela ditadura contra o coração de um estudante, no Centro do Rio, ou a campanha eleitoral está interrompida. A oposição será acuada. O campo progressista não pisará mais na rua, que é o que esperam os fascistas de plantão. Vencer pelo medo.

A morte do guarda Arruda, um crime político, premeditado e executado com extrema violência, teve a sonoplastia dos gritos de um fanático que resolveu seguir o que o seu líder mandou: “vocês sabem o que têm que fazer”. E ele fez.

Tirou a vida de um pai de família, só por pensar diferente dele. Esse foi um crime de mando. José da Rocha Guaranhos, de 28 anos, apenas cumpriu, na ponta, a ordem que veio de cima. Foi um crime de ódio.  

 

 

Com Brasil 247

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Cinara Marques

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