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Pernambuco registra aumento de 469% nos casos de chikungunya

Estado alerta para importância das ações de vigilância pelos municípios e para a população, atenção aos sintomas

Transmitidas pela fêmea adulta do mosquito Aedes aegypti, a dengue, zika e chikungunya têm acometido os pernambucanos e proporcionado um aumento expressivo no número de casos nos primeiros sete meses de 2021 em Pernambuco. Até o último dia 30 de julho, foram confirmados 9.378 casos para chikungunya, 6.926  para dengue e 10 para o zika. Em relação ao mesmo período do ano anterior, as confirmações chikungunya tiveram um aumento de 469% nos casos envolvendo chikungunya (1.648 casos confirmados em 2020), enquanto houve uma queda de 15,2% para dengue (8.174 casos) e de 28,6% para zika (14 casos). No último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), correspondente a semana epidemiológica (SE) 30, há ainda o registro de 31 casos que evoluíram para o óbito suspeitos para as arboviroses, sendo 1 confirmado para dengue e dois já descartado, enquanto os demais seguem em investigação pelos municípios.

A partir desse balanço, o Governo de Pernambuco chama atenção para o aumento de casos das três doenças e alerta para a importância da vigilância epidemiológica nos municípios. “O atual cenário epidemiológico é identificado pela ampla disseminação das populações do mosquito nos mais diversos territórios e acende um alerta para as notificações de casos e ações de combate. Essas doenças epidêmicas costumam se apresentar de forma diferenciada nesses locais, pois a cada período podem ser identificadas situações endêmicas dos três agentes em anos consecutivos”, alerta a gerente de Vigilância das Arboviroses, Claudenice Pontes.

A gestora destaca ainda que o contexto da pandemia do novo coronavírus foi um fator que dificultou que os municípios continuassem realizando suas ações de vigilância, que precisam ser otimizadas, principalmente nesse período de alta nos números. A SES-PE continua realizando as análises das notificações de casos suspeitos de arboviroses e prestado o devido apoio técnico aos gestores. E é a partir desse monitoramento que se pode conhecer a realidade epidemiológica da doença e agir com estratégias de prevenção e combate.

NOTIFICAÇÕES – Analisando o cenário de notificações de casos em Pernambuco, a equipe de vigilância epidemiológica também observa um aumento da suspeita de casos. No mesmo boletim epidemiológico, foram notificados 34.131 casos de dengue, 22.257 de chikungunya e outros 3.827 de zika. Esses dados demonstram uma crescente em relação ao ano anterior, quando foram notificados 25.958 para dengue, 4.651 para chikungunya e 1.658 para zika. “Vários fatores podem contribuir com aumento de casos das arboviroses na população.  No caso da dengue, a existência de 4 sorotipos virais dificulta a imunização total da população exposta. Em relação a chikungunya e  zika, mesmo com a introdução do vírus no Estado lá 2015, ainda é possível encontrar pessoas vulneráveis, ou seja, que não foram expostas ao vírus. Além disso,  os sintomas de chikungunya são mais expressivos, o que facilita a identificação. Já no caso da zika é bem provável que estes números sejam bem maiores que o expressado no sistema de informação, pois existem aquelas pessoas assintomáticas, o que dificulta a identificação da circulação”, acrescenta.

Embora mais recorrentes em períodos chuvosos, as arboviroses merecem atenção durante todo o ano. Pernambuco tem um clima bastante favorável à proliferação desse vetor. “As chuvas constantes e temperaturas elevadas tornam-se os fatores perfeitos para reprodução do Aedes aegypti e essa combinação se intensifica no verão. A principal forma de prevenção contra os arbovírus é não deixar o Aedes aegypti nascer. Para isso, é preciso a adoção de medidas para evitar a proliferação do mosquito, manter caixa d’água, baldes e demais recipientes para armazenamento de água bem vedados, e sempre vistoriá-los”, frisa Claudenice.

A população também precisa estar atenta aos sintomas específicos das arboviroses, mas que em sua fase inicial podem ser confundidos com a sintomatologia da Covid-19. “As doenças relacionadas às arboviroses e o novo coronavírus apresentam, em muitos casos, o quadro comum de febre, dor de cabeça e dores no corpo. O que difere à primeira vista é a presença de manchas e coceiras na pele, o que não ocorre com a Covid-19. Para Covid-19, destacamos a tosse e o desconforto respiratório progressivo”, pontua Claudenice Pontes.

“A dengue também chama atenção pela possibilidade de evoluir rapidamente ao óbito, no entanto é possível identificar sinais de agravamento da doença. Após a fase febril, podem aparecer sinais de dores abdominais intensa, vômitos persistentes e pele pegajosa e fria. Esses sintomas precisam ser valorizados e o paciente levado para unidade de saúde. Não existe tratamento específico para as infecções ocasionadas pelas arboviroses. A orientação que podemos dar é que surgindo qualquer sintoma, a pessoa procure uma unidade de saúde mais próxima de sua residência, pois é lá que, após análise da sintomatologia, os profissionais vão indicar a conduta adequada. Além disso, o paciente deve manter repouso e ingerir bastante líquido durante os dias de manifestação desses sinais”, reforça a gerente.

ÓBITO – A SE 30 registra a confirmação do primeiro óbito ocasionado por uma das arboviroses no Estado neste 2021. Após a investigação epidemiológica do caso, o município de residência (Recife) do homem de 76 anos constatou, pelo critério clínico-epidemiológico, um quadro de dengue. O paciente veio a óbito no último mês de maio.

Cinara Marques

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