Petistas do Sertão se juntam a bolsonaristas no palanque de Raquel Lyra, mas pelo jeito, maioria dos votos de seus eleitores, não seguirá o mesmo caminho

Coluna BASTIDOR por Cinara Marques

Uma decisão que a história vai contar e cobrar mais na frente, mas ao optarem por Raquel Lyra, PSDB, para governadora, anúncio feito neste feriado de 12 de outubro, petistas como a prefeita Márcia Conrado, de Serra Talhada; a deputada estadual Dulci Amorim que obteve mais de 22 mil votos para deputada federal; o primeiro suplente da Federação PT, PV e PC do B para a Alepe, ex-deputado Odacy Amorim, quase 25mil votos; além do  combativo e mesmo sem seu fundo eleitoral correto obteve mais de 16 mil votos, Dr. Marcos Heridijanio que mais que dobrou seus votos se comparado com 2018, deverão não levar para a tucana a grande maioria dos votos que receberam.

No caso dos petista com base eleitoral principal no eleitorado petrolinense, os votos são os que obtiveram em 2 de outubro. Já da prefeita de Serra, a votação histórica dela em 2020 quando foi eleita a primeira mulher a governar a ‘capital do xaxado, sendo a candidata indicada por Luciano Duque, ex-prefeito então no PT e que foi eleito no dia 2, deputado estadual pelo Solidariedade.

Todos são petistas de peso no sertão pernambucano, com tradição de eleições pelo partido de Lula, PT,  candidato a presidente e que anunciou na última semana apoio à candidata Marília Arraes, do Solidariedade, mesma decisão tomada pelo PT de Pernambuco e PSB no estado, partido do candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin.

Ao optarem por Marília, PT e PSB justificaram a ligação da neta de Miguel Arraes com o ex-presidente Lula e seu projeto para voltar ao governo do país para manter o Brasil no caminho da democracia..

Já a adversária de Marília, a tucana Raquel Lyra, está com a ‘nata bolsonarista’ de PE ao seu lado, inclusive adversários de Odacy, Dulci e Dr. Marcos em Petrolina, como o ex-prefeito Miguel Coelho , UB, e seu grupo.

Miguel ficou em quinta colocação  na disputa de governador e derrotado, foi o primeiro a anunciar apoio à Raquel. Outro bolsonarista  com Raquel é o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira,  do PL, partido do adversário de Lula.

Anderson também perdeu a disputa majoritaria e foi o terceiro na eleição para governo de PE. Junto com o candidato ao Senado derrotado, Gilson Machado, comanda a campanha de Bolsonaro por aqui.

Outro nome bolsonarista no palanque que os petistas estão aderindo em PE, é o da candidata a vice-governadora, Priscila Krause, do Cidadania.

Com uma carreira política forjada na direita, Priscila é herdeira de caciques do ex PFL, ex-Democrata e não votou, não vota e dificilmente votaria em Lula.

Portanto, os petistas podem até ir para o lado de Raquel e os ‘bolsonsristas raiz’ ou de ocasião, mas pelos comentários nas redes sociais de ambos, os votos não irão.

O que se observa nos perfis dos ‘petistas rebeldes’, é muita decepção e lamento de eleitores que votaram em Márcia, Dulci, Odacy e Dr. Marcos, pensando que estavam depositando o voto em quem seguiria Lula e o campo da democracia até o fim do pleito de 2022.

“Quem está com Raquel, está com Bolsonaro. O palanque de Lula é o de Marília Arraes”, diz um dos seguidores no perfil de Dr. Marcos. Nas contas de Dulci Amorim e Odacy Amorim, também não vêm sendo diferente o tom dos eleitores deles.

A política tem dessas coisas e a história mostra com o tempo os resultados de determinadas decisões. Vamos acompanhando por aqui.

LUCAS

Outra liderança sertaneja que vai se juntar ao palanque de Raquel Lyra e os bolsonsristas que estão com ela, além dos petistas citados aqui na coluna, é o deputado estadual Lucas Ramos, do PSB,  eleito para a Câmara  Federal.

Lucas é outro que anunciou apoio a Lula, mas se junta ao palanque de adversários seus em Petrolina. Ele também se rebela com o partido que anunciou seguir Lula e orientou apoio à Marília Atrás no estafo

Muitos socialistas históricos estão seguindo a orientação, mas nomes como o de Lucas e o do deputado Gonzaga Patriota que não se reelegeu, mas ficou como primeiro suplente do partido na Câmara dos Deputados, resolveram desembarcar no palanque tucano.