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Presidente da Azul afirma que setor aéreo vai precisar de pelo menos R$ 250 bilhões para se recuperar após a pandemia do Coronavírus no Brasil

John Rodgerson, um norte americano que está no Brasil há 12 anos, também informou que de 1 mil voos diários, a empresa está operando apenas 250 após a crise do Covid-19 no País.

#PandemiaCovid19    –   Por Cinara Marques

Em entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, do jornal digital Poder 360, exibida no SBT neste domingo, 22, o presidente da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, revelou que o setor aéreo brasileiro precisará de pelo menos R$ 250 bilhões para se recuperar após a pandemia do Coronavírus.

“Nos Estados Unidos já existe uma negociação com o setor que gira em torno de U$ 50 bilhões, o que seria algo em torno de R$ 250 bilhões no Brasil. Lá eles já estão com as negociações bastante avançadas, pois sabem da importância dessa indústria para o País”, argumentou John.

O executivo informou ainda que como medidas para ajudar o Brasil a passar por essa crise, todos os salários da diretoria foram cortados pela metade, inclusive o dele, e que a empresa dará licença não remunerada a grande parte dos seus 14 mil funcionários.

“De 1000 voos diários, passamos a operar apenas 25%. Deixamos de operar em 46 cidade após a quarentena. Hoje, a Azul atua em 67 cidades brasileiras, apenas”, revelou.

Para socorrer o setor, o governo federal editou uma MP (medida provisória) dá prazo de 12 meses para que as empresas devolvam aos consumidores o valor das passagens compradas até 31 de dezembro de 2020 para voos cancelados.

Empresa deixou de operar em 46 destinos deste o começo da quarentena (Foto: Internet)

Também foi adiado o pagamento das outorgas aeroportuárias, contribuições pagas pela concessão, sem cobrança de multas, para até 18 de dezembro de 2020.

“O que o governo fez foi ajudar nesse momento. Tem muitas pessoas cancelando. Isso vai ajudar as pessoas a marcarem no futuro”, diz o presidente da Azul.

Pelas regras, o cliente pode remarcar sem nenhum prejuízo. “A gente acredita que essa crise vai passar. Não sabemos se isso vai ser 1 mês, 2 meses, 3 meses, mas logo vai acabar e as pessoas poderão viver a vida normal de novo.”

“O governo está fazendo a coisa certa. A Secretaria de Aviação Civil, o ministro Tarcísio [Infraestrutura], Guedes [Economia] estão focados nas coisas importantes. Mas agora é guerra. Nosso maior problema agora é que temos brasileiros fora do Brasil que precisam voltar. Isso que nós estamos fazendo agora. As fronteiras estão se fechando. Esse é a hora. Depois temos que pensar como vamos recomeçar para ajudar a aviação civil.”

Para Rodgerson, o segmento de aviação terá duas fases na crise. A 1ª é a atual, em que é preciso de capital de giro. O executivo cita que o governo também pode ajudar reduzindo impostos sobre a folha de pagamento, burocracia e outros encargos tributários.

“Nós vamos precisar de [capital] de giro. Não sei se têm que ser subsidiados, mas temos que ter capital de giro para resgatar [capacidade operacional] neste momento. Nossa indústria é mundial. Se as empresas na Europa, Estados Unidos e Ásia estão recebendo essas linhas do governo, temos que fazer a mesma coisa aqui também.”

A 2ª fase, depois da pandemia, será a de estímulos para que as pessoas voltem a voar.

EXPANSÃO DO SETOR

John Rodgerson que apesar de americano fala português bastante fluente, ainda falou na entrevista que no  Brasil se voa muito pouco. “É preciso enxergar que o Brasil não é só esse triângulo São Paulo, Rio, Brasília. Temos um país imenso que ainda não tem acesso ao setor aéreo como deveria. Colômbia e Chile se voa muito mais”, assinalou.

Para o executivo, o mercado brasileiro tem grande potencial. Quando a Azul entrou no Brasil, há 12 anos, havia 47 milhões de voos. Hoje há cerca de 100 milhões.

Apenas 18 milhões de pessoas fazem viagens de avião a cada ano. O que realmente aumentou nos últimos anos foi o volume de bilhetes emitidos por passageiro.

“O brasileiro voa muito menos do que colombiano e chileno. Se nós chegarmos onde a Colômbia está, vamos precisar de mais 400 aeronaves, que podem ser fabricadas aqui na Embraer. Vamos precisar de pilotos, comissários, agentes de aeroportos, técnicos em manutenção, pessoal do call center. Por que não? Se nós chegarmos onde Chile está, vamos precisar de 1.000 aeronaves no Brasil.”

HIGIENE NO AVIÃO

O Brasil registrou 1.546 casos de covid-19 até a noite de domingo. Ao todo, 25 pessoas já morreram. A tendência é que o número de contágio aumente ainda mais nas próximas semanas.

Questionado se quem pega 1 avião fica exposto a uma maior infecção, Rodgerson diz que as aeronaves passam por uma limpeza profunda todos os dias e por uma higienização antes de cada viagem.

“O 1ª valor da Azul é segurança. Ninguém voa sem segurança em uma aeronave da Azul. Estamos limpando nossas aeronaves profundamente cada noite. Cada vez que a aeronave está parada, as mesinhas, as cadeiras, tudo está sendo limpo. Temos álcool em gel a bordo, máscaras caso o cliente precise. Isso é uma coisa na qual estamos super focados agora”.

O executivo afirma que é mais seguro estar dentro de 1 avião do que no aeroporto, shoppings e restaurantes. (Com Poder 360)

 

 

 

 

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Cinara Marques

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