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Quase 4 mil infectados e 11 mortos pelo Covid-19 no Brasil

Nordeste tem 7 óbitos, 5 só em Pernambuco. Ministro da Saúde confirma isolamento social como forma de controle da doença no país, contrário o que defendeu o presidente Bolsonaro na semana que se encerra hoje.

#TRIBUNNAnaPandemiaCovid19  –  Por Cinara Marques

O Brasil tem 3904 casos confirmados de Covid-19, 111 mortos. São Paulo e Rio de Janeiro, concentram o maior número de casos, com quase 2 mil casos do Coronavírus e 97 óbitos. São Paulo sozinho teve 84 mortes e 1406 casos da doença.

Entre os estados do Nordeste, a região possui 624 casos até o balanço apresentado pelo Ministério da Saúde no final desta tarde de sábado, sendo 7 óbitos, 5 das mortes estão em Pernambuco, 1 no Ceará e 1 no Piauí.

A coletiva de imprensa deste sábado, 28, foi comandada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acompanhado do secretário executivo de Saúde, João Gabardo dos Reis e o secretário de Vigilância Epidemiológica, Wanderson Kleber de Oliveira.

Segundo o ministro, ainda existe dificuldade de EPIs, equipamentos de proteção individual, mas a China voltou a abrir sua produção desse material, uma demanda aguardada pelo mundo todo.

“Temos que ter uma segurança na distribuição desse material, para que não haja uma guerra predatória entre governos, empresas, pelos equipamentos. Estamos regulando alguns ítens, agora e com a reabertura da China, com todas as dificuldades, pois ha barreiras para comprar e para trazer. Então é ter racionalidade, não nos mover por impulso, e sim pela ciência parte técnica, com planejamento, pensando em todos os cenários”, disse Mandetta, respondendo indiretamente às declarações do presidente Jair Bolsonaro que disse nesta semana o Covid-19 seria exagero, “histeria” da imprensa.

“É uma doença muita séria”, frisou Henrique Mandetta, num claro e controverso pensamento diferente do chefe que abriu o verbo durante pronunciamento, acreditando estar certo e todas as autoridades de saúde, erradas. Mandetta mostrou que nessa crise do Covid-19, é a fala da saúde que manda mais.

“Hoje esta cheio de professor de epidemiologia. Esta epidemia é diferente da H1N1, havia uma diferença enorme; Tinha um medicamento, tinha a perspectiva da vacina. Essa pandemia não causou uma letalidade para o indivíduo se vai matar só 5 mil, 7 mil, não é essa a a conta. Esse vírus ataca o sistema de saúde e da sociedade como um todo. Ataca a logística, educação, a economia, ele ataca uma série de estruturas, no mundo, não adianta pensar só em sua estrutura municipal. Hoje tem que se pensar no gerenciamento dos recursos humanos, essa é a maior preocupação atual dos gestores”, apontou Mandetta.

O ministro apontou que não é porque o maior número de mortes seja de idosos que os mais novos não devam se preocupar. É uma doença que incomoda, e os que têm doenças pulmonares, cardiopáticas, diabéticos, tendem a ser mais vulneráveis e no perfil dos óbitos, isso se apresenta.

“Eu preciso de informações verdadeiras com os secretários de Saúde, todo mundo junto, o Brasil é uma nave só. Não adianta olhar para o próprio umbigo. Vamos descobrir como vamos receber esse vírus, nossas fraquezas, nossa fortaleza. A saúde não é uma ilha. A economia pode ser. Colocamos a quarentena porque precisamos dela. Tivemos uma em 1917 por ocasião da gripe espanhola. Temos que apontar a quarentena com logística de apoio aos quem estão em casa precisando de alimento. Vamos colocar critérios, um plano junto, andando com as três pernas (União, estados e município) . Essa semana vamos discutir com os secretários estaduais e municipais para saber o que dá para ser feito e vamos medir todo dia, todos juntos, acertando e errando, porque ainda estamos conhecendo para saber o tamanha do dano que teremos não só no indivíduo. Vamos trabalhar para poupar a vida de todo mundo”, considerou o ministro.

Sobre especulações de sua saída do comanda da saúde do Governo Bolsonaro, Luiz Mandetta reafirmou que e ele sua equipe, lutarão até o fim na missão de evitar que a Covid-19 faça estragos como o que já fez na China e vem fazendo em países da Europa como Espanha e Itália.

“Vou ficar aqui junto com vocês, quanto o presidente permitir, estarei aqui com vocês. Se um de nós estiver com a doença, vamos para o nosso tratamento. Vamos cumprir com o nosso dever. Começamos com essa equipe e terminando com essa equipe, agregando muita gente”, assinalou Henrique Mandetta. Ele revelou que fez um novo organograma para o Ministério da Saúde, “especialmente para os tempos de crise”.

“Já me falaram que façam tudo o que tem ser feito”, registrou o ministro, dizendo que a burocracia não é bem vista para o que tem que ser feito nesta guerra contra o vírus.

TESTES IRÃO ATÉ AS  PESSOAS

O ministro adiantou que os testes chegarão às casas das pessoas a partir da próxima semana.

“Primeira numa grande parceria público privado a preço de custo, unindo com um conjunto de máquinas que estamos pegando de outras estruturas do governo para transformar num grande centro e fazer um grande drive thru para os públicos alvos que têm que estar no dia a dia da sustentabilidade econômica do país”, explicou o ministro.

Empresas como os grandes bancos privados (Santander, Itaú e Bradesco), a Vale do Rio Doce, estão sendo buscados pelo Ministério para ajudar nessa força-tarefa de combate à pandemia do Coronavírus, relatou Mandetta.

QUARENTENA

Ministro reforça isolamento como forma de manter avanço do Covid-19 no Brasil

O plano permanece e o ministro, diferente do que defendeu o presidente Jair Bolsonaro, confirmou o isolamento social como forma única de conter o avanço e o contágio da Covid-19.

“Não existe o fechamento do território nacional desarticulado. O tempo arbitrado é o tempo necessário. Temos gente, capacidade, diagnóstico e vamos agir, juntos, com inteligência”, detalhou Mandetta, lembrando que a Cloroquina só deve ser usado para pacientes mais graves, como alguns hospitais vêm utilizando..

“Ainda está em estudo para sintomas menos graves (Cloroquina). Ele não pode ser usado de forma sem cuidado, pois provoca cardiopatia. Essa doença entrou aqui pelas elites e temos que ter o tempo para preparar melhor agora  antes de chegar às comunidades. Minutos valem hora. Não é hora de sobrecarregar o sistema de saúde. Essa semana vamos achar os parâmetros para atuarmos juntos e com todos ainda em casa”.

Lembrou que o Brasil está entrando na fase da epidemia de gripe e junto com o corona. “Pensem bem, pois a China parou, grande produtor de equipamentos; a índia que mandou parar tudo,e é grande fornecedor para milhares de medicamentos que usamos aqui. O problema não é localizado. Rezo para aqueles que pensam que é só uma histeria, eu rezo que seja”, finalizou Luiz Mandetta, numa alusão ao que disse Bolsonaro na quinta durante seu polêmico pronunciamento.

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Cinara Marques

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