“Só temos oxigênio para 24 horas”, disse assessora técnica da Secretaria de Saúde de Brejo da Madre de Deus, agreste de PE

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Um problema que no começo do ano assombrou a todos os brasileiros e que se pensou que poderia não se repetir, atingindo em cheio os pacientes de Covid-19 no Amazonas. Pessoas que estavam internadas ou aguardando internamento e que não resistiram à doença pela falta de oxigênio.

O mesmo problema que se pensou estar bem longe e não voltar mais, agora está bem perto com pacientes de Pernambuco, precisamente da cidade de Brejo da Madre de Deus, agreste do estado, que só tem oxigênio para tratar doentes de Covid para 24 horas, isso contando do momento em que apuramos esta notícia, por volta das 16h30.

“Estamos apenas com 30 cilindros. Já informamos a pedido da Secretaria Estadual de Saúde que tem feito levantamento do abastecimento nas gerências regionais, como foi feito aqui na 4ª Região, para agilizar com os insumos. Nosso estoque hoje só aguenta 24 horas”, disse a assessora técnica da secretaria municipal de Saúde, Angelita Lucena.

A entrevista de Angelita foi dada ao programa Balanço de Notícias da Rádio Jornal Recife na tarde desta segunda, 22. A crise do fim do estoque de oxigênio pode atingir também Ibimirim, no sertão do Moxotó, informaram autoridades de saúde local.

O tema foi um dos assuntos de uma entrevista do prefeito de Petrolina, no sertão do São Francisco, Miguel Coelho (MDB) que é um dos vice-presidentes da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) sobre um documento da entidade, alertando o Ministério da Saúde sobre o problema do fim de insumos como é o caso do oxigênio.

“Destacamos esta situação há 20 dias em documento da Frente e lançamos um movimento para buscar resolver esta situação. Também destacamos o assunto na reunião do Conecta e num diálogo com o Consórcio dos Governadores para agilizar uma solução”, declarou Miguel durante a entrevista.

O Conecta é o Consórcio Nacional de Vacinação dos Municípios Brasileiros que teve sua primeira reunião nesta segunda. “Discutimos na reunião essa situação e com os governadores como podemos avançar com a vacinação e antecipar o calendário, ajudando a imunizar mais dentro do programa de imunização do Ministério da Saúde”, revelou Miguel.

“É PRECISO FALAR MENOS E AGIR MAIS”

No programa, Miguel foi provocado a avaliar a declaração dada nesta segunda pelo presidente Jair Bolsonaro de que o Brasil estava conduzindo a pandemia muito bem e que, ignorando os recordes de mortes e disparada de casos das últimas semanas, frisou que o Brasil está na vanguarda dos cuidados com a doença.

Bolsonaro fez esse comentário destoando da realidade, pois governadores e prefeitos estão se desdobrando, sem apoio do governo federal, na tomada de medidas duras para evitar que mais gente fique doente ao mesmo tempo e não encontre tratamento, devido à falta de leitos.

“Ele tem o ponto de vista dele e a gente respeita pelo cargo que ocupa, mas prefeitos e governadores estão em busca de soluções. É melhor falar menos e agir mais”, registrou Miguel Coelho que é da base de Bolsonaro e seu pai é o líder do governo no Senado, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB).

O prefeito de Petrolina encerrou informando que o Conecta já conta com mais de 2500 municípios, somando mais de 25 milhões de pessoas.

Portal Tribuna NE