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BASTIDOR – O The Intercept, a ‘Vaza-Jato’ e suas consequências
Por Coluna BASTIDOR – Cinara Marques – Portal Tribunna
A natureza do cargo de juiz é ser imparcial. Um juiz não se associa com órgão acusador. Onde fica a imparcialidade que é da natureza do cargo? Essa teria sido a estratégia do então juiz e hoje Ministro da Justiça, Sérgio Moro, junto com o coordenador da Operação Lava Jato, o procurador do Ministério Público Federal – MPF – Deltan Dallangnol, ao que tudo indica e com um só objetivo, condenar o ex-presidente Lula e sem provas? As denúncias da agência internacional de jornalismo investigativo, The Intercept Brasil, tem demonstrado que sim.
Atenção para as palavras do jornalista e colunista Reinado Azevedo em seu programa O É da Coisa, veiculado se segunda à sexta-feira, 18h, na Band News: “Um juiz coordenando uma força tarefa de uma investigação. É asqueroso, é ilegal, é criminoso”. Faço minhas as palavras dele.
Fux, Moro e Dallangnol
Em entrevista no ‘O É da Coisa’, nesta quinta-feira, 12, o editor-executivo Leandro Demori passou uma informação para o jornalista Reinaldo Azevedo ler em primeira mão que houve contato do chefe da Força Tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal, Deltan Dallangnol, como o ministro Luz Fux, do Supremo Tribunal Federal, e nessa mensagem depois comunicada ao ex-juiz Sérgio Moro, que podia contar com ele para qualquer negócio, palavras de Deltan para Moro sofre FUX. O dito ministro do Supremo foi o mesmo que impediu as entrevistada do ex-presidente Lula ainda no período eleitoral de 2018. A fala de Lula poderia ter mudado o resultado das eleições? E que troca de contatos é essas entre um ministro do STF com órgãos de investigação que ele vai julgar? Onde estão o Conselho Nacional de Justiça, a OAB, e demais entidades que fiscalizam a atuação dos ‘homens do direito’? Se combater a corrupção, corrompendo a ética profissional, termina se trocando seis por meia dúzia.
A PF e as perícias no celular
Leandro Demori, editor-executivo do The Intercept, estranhou a agilidade que a Polícia Federal, chefiada pelo hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro, nas perícias dos contatos de celulares que investigam para saber quem e de onde partiram os rackers que obtiveram as mensagens-bombas que movimenta o mundo político e tudo que envolver a Operação Lava-Jato desde domingo, 9. “Tem dois anos que um amigo espera uma perícia num celular e ainda não conseguiu”, frisou Leandro durante a entrevista no programa de Reinando Azevedo.
“Nós temos os fatos e vocês não têm nada”.
Leandro mandou um recado para quem de alguma forma, ameaça, intimida ou quer empurrar o material do The Intercept para alguma ação ilegal na conquista das informações que têm divulgado sobre os vazamentos da comunicação entre o juiz e o procurador-chefe da Operação Lava Jato. “O Intercept está amparado pela lei. Nós temos os fatos e vocês não têm nada”, disparou o jornalista.