Ana Medeiros, redação Tribuna Nordeste
A profissão que envolve a missão de cuidar das pessoas nem sempre é fácil, tem que ser cauteloso, o trabalho envolve longas jornadas de serviço, sendo assim, exaustivo. Mas o resultado final pode ser gratificante, quando o paciente tratado melhora. É assim a profissão da Enfermagem, que envolve o cuidado e a empatia com o próximo.
Dia 12 de maio é a data para que este importante profissional seja lembrado. Este dia tem um significado histórico, pois nele aconteceu o nascimento de Florence Nightigale, uma enfermeira que foi um marco para a enfermagem moderna. Ela nasceu no dia 12/05/1820.
A Enfermagem é a ciência cujo o objetivo é a implantação do tratamento de doenças e cuidados com o ser humano, individualmente, na família, na comunidade em tempo integral e holístico e população em geral, como toda área da saúde. Para exercer a profissão é preciso, além da graduação na área, ter o amor em cuidar e se importar com o próximo.
A estudante de enfermagem Maíra Souza, ressalta bem este quesito: “O paciente precisa do calor humano e se sentir acolhido, eu muitas vezes levava meu pai para fazer um tratamento de apendicite e via como algumas pessoas eram frias, e as vezes não dava tudo que o paciente precisava, e observando tudo isso me encontrei na enfermagem, para cuidar das pessoas, e espero ser uma boa profissional para que eu possa oferecer tudo que o paciente precisa”, relatou a nossa reportagem.
Quem também seguiu o amor e a felicidade em cuidar do próximo foi a estudante Mariane Lacerda, que ressaltou as pessoas em cuidar dos que estão em vulnerabilidade.
“Sempre me sensibilizei muito com as pessoas em vulnerabilidade, principalmente porque os sertanejos são historicamente um povo vulnerável e com muitas necessidades humanas a serem supridas. A partir disso, soube que seria feliz em minha vida se pudesse ajudar essas pessoas de alguma forma e no exercício profissional, percebi na época, era o caminho”, salientou Mariane que escolheu a enfermagem movida pelo propósito maior de servir às pessoas.
“De modo que mesmo que minimamente eu pudesse contribuir com a vida delas para que elas tivessem dignidade e acesso aos seus direitos. A enfermagem tem esse olhar singular para o ser humano, enxergando cada indivíduo em sua completude, com foco nas necessidades, direitos e perspectivas. Na época eu não sabia disso, hoje sei e me sinto realizada como estudante de enfermagem, pelo pouco que já pude fazer pelo povo sertanejo nas práticas e estágios. Ainda, sempre sonhei em puder ajudar minha família pela enfermagem e isso já começou a se cumprir, pois quando minha mãe teve Covid-19 e 75% do pulmão acometido, me ter como filha ajudou a identificar sintomas de forma precoce e impediu sei internamento hospitalar”, pontuou.
A profissão da enfermagem, apesar de sem muito importante, ainda é pouco reconhecida, o trabalho envolve muitas horas de jornada e o salário é muito pouco. Para a enfermeira Micheline Almeida, o dia do enfermeiro é também um dia luta. “na atualidade significa um dia de luta afinal estamos próximo de conseguir nossa definição do nosso piso salarial”, relata.
A profissional pontua que o piso não é o que os enfermeiros merecem, porém é o início de um grande reconhecimento, afinal, eles nunca tiveram um salário definido e isso faz com que o empregador estabeleça o que vai pagar.
“Está na perspectiva de ser votado, a jornada de que o enfermeiro trabalhe por 30 horas, o que seria perfeito para nossa profissão. Atualmente, a enfermeira tem dois empregos e trabalha 70 horas semanais, uma carga de trabalho totalmente exaustiva”, registrou a enfermeira ao Tribuna Nordeste..
REMUNERAÇÃO
O Piso Salarial da Enfermagem, PL 2564/2020 foi proposto pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES) e aprovado nos termos da emenda da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), fixando em R$ 4.750 o valor para enfermeiros e pisos proporcionais de 70% do valor para os técnicos e 50% auxiliares e parteiras, corrigidos pelo INPC (Índice de Preços ao Consumidor), são conquistas recentes.
Com isso, muitos profissionais podem ser reconhecidos, mas ainda precisa de mais reconhecimento, é uma luta diária muito grande. A enfermeira e diretora do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Pernambuco (Seepe), Danielle Amaro, afirma que foi uma conquista que levou 22 anos para acontecer. Ela relata que os enfermeiros trabalhavam esse tempo todo em o piso.
“Foi uma conquista tardia, o valor no início da proposta foi maior e eles abaixaram um pouco, mas achei justo”, declarou a dirigente do Seepe.
Com relação ao Sindicato, ele está lá para garantir o direito dos trabalhadores da área. Danielle afirma que os salários devem ser pagos tanto no setor público quanto no setor privado. Caso isso não ocorra, o sindicato fiscalizará para garantir o direito aos enfermeiros.
Com relação ao piso, ainda precisa de aprovações de PEC que vai ajudar àqueles que têm uma renda e que vai garantir que o profissional passe a ser bem pago.
“Como diretora do Sindicato, nossa atuação é bem ampla. Atuamos em todo o Estado do Litoral até o Sertão. Já tivemos muitas conquistas para a categoria de enfermeiro de Pernambuco, conquistas trabalhistas, redução de jornada de trabalho em alguns municípios, conquistamos o piso, que é uma conquista nacional, conquista sindical. Sempre atuamos com a gestão, patrões do setor privado para sempre conseguirmos melhoras entre a enfermagem e questão patronal, e que os enfermeiros tenham seus direitos garantidos”, finaliza Danielle.(com edição de Cinara Marques)
