Política
Ministro da Saúde contraria OMS e diz que Brasil não fará teste em massa do coronavírus
Luiz Henrique Mandetta alega que "seria desperdício de recursos". OMS contesta, informando que a maioria dos que contraem o novo coronavírus, são pacientes assintomáticos.
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BRASÍLIA (Reuters) – O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta quarta-feira, 18, que o governo brasileiro continuará testando apenas pessoas que manifestem sintomas do coronavírus e criticou a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que sejam feitos testes em massa de contaminação pelo coronavírus.
Em entrevista coletiva ao lado do presidente Jair Bolsonaro e de outros ministros, Mandetta disse que a orientação da OMS é um desperdício de recursos e que não existe no mundo quantidade suficiente de kits de exame para testar toda a população que a entidade sugere.
“Tudo que é comentado na história das epidemias é fazer as testagens até que você tenha transmissão sustentável. E a partir do momento que você tem transmissão sustentável, fazer por sentinela e amostragem”, disse Mandetta.
“A Organização Mundial da Saúde, o senhor presidente da organização, Thedros, ele coloca ‘todo o planeta deve fazer o teste de 100% das pessoas’. Do ponto de vista sanitário é um grande desperdício de recursos preciosos para as nações. Segundo, há maneiras de se fazer percepção de quadro clínico, isolamento domiciliar, isolamento de famílias.”
A orientação da OMS é de que sejam testadas todas as pessoas que possam ser consideradas suspeitas e, em caso positivo, testar todos que tiveram contato com o caso confirmado nos dois dias anteriores e testá-los também, mesmo sem sintomas.
A alegação da OMS é que mesmo pacientes assintomáticos transmitem a doença. De fato, estudos mostram que boa parte das transmissões vem de pessoas assintomáticas