Trabalhadores e trabalhadoras assalariados da hortifruticultura do Vale realizam assembleia para homologar a campanha salarial unificada 2021

Coluna Giro Agro/TribunnaRural

Os trabalhadores e trabalhadoras assalariados rurais da hortifruticultura do Vale do São Francisco iniciaram nesta quinta-feira, 18, a negociação salarial da convenção coletiva 2021. A campanha completa 27 edições neste ano.

A assembleia iniciou nesta quinta e segue até esta sexta, 19, com parte remota e parte presencial numa sala do Sebrae Petrolina. Entre as cláusulas apresentadas na negociação coletiva, a categoria colocou a preocupação com a classe diante da pandemia da Covid-19, pautando na negociação ‘Segurança e Saúde do Trabalhador e Trabalhadora Assalariados na Pandemia’. Os patrões sinalizam aceitar a cláusula sem grandes questionamentos.

O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Petrolina (STTAR) esteve representado com sua diretoria e os delegados participando remotamente da assembleia. A classe patronal também optou pela participação online na discussão.

Segundo a presidente do STTAR, Lucilene Lima- Leninha – ambas as pautas, a da classe trabalhadora e a dos produtores empregadores, estão bastante enxutas o que deve facilitar o acordo entre os dois segmentos.

“Acredito que avançaremos neste dia de hoje, abordando a questão salarial com um piso que pautamos no valor de R$ 1200,00 e na questão social, avançando com os cuidados diante da questão da pandemia”, conta a presidente.

Segundo a pauta apresentada na discussão salarial, quem ganhar acima do piso, terá 8% de reajuste nos vencimentos.

O tema vacina também entrou na pauta. “Essa é uma das defesas e a cobrança junto com o patronal para que a gente possa manter o nosso povo imune com essa vacina para que continuemos produzindo e levando cada vez mais desenvolvimento ao vale do São Francisco. Queremos avançar nas questões dos cuidados de prevenção com distanciamento social, honrando com todas as cláusulas diante de tudo isso que estamos passando”, ressaltou Leninha.

O secretário geral e de organização da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Pernambuco (Fetaepe), Acácio de Lima, acredita num bom entendimento da rodada de negociações da categoria este ano. Ele explica como se dá a participação da Fetaepe no processo da convenção coletiva.

“A gente acompanha de perto o cumprimento de todo o acordo e da negociação. A nossa expectava é muito boa, pois tivemos boas respostas para a nossa pauta com bons resultados para os assalariados”, disse Acácio.

AVANÇOS

Os diretores do STTAR e representantes dos sindicatos de Juazeiro/BA e de Lagoa Grande/PE, também falaram da expectativa de um resultado positivo para a vitória da classe trabalhadora, principalmente.

“Sabemos que neste momento de pandemia para mim o novo é manter o distanciamento como vem sendo essa negociação também feito de forma diferente. Apesar das reformas trabalhistas e previdenciária, queremos que o trabalhador continua acreditando que a convenção garante o direito de todos os trabalhadores”, disse a diretora de finanças do STTAR, Maria Joelma.

Adelina Batista, diretora de assalariados destacou a proposta de reajuste dos vencimentos. “Nosso proposta é de um piso de R$ 1200, 00 apesar de não ser o justo. Mas diante desta pandemia, esperamos que nossa proposta seja aceita de forma positiva pelo patronal”, comentou a diretora.

O foco deste primeiro dia de negociações foram as pautas econômica e de saúde com um olhar especial pela proteção à saúde da classe trabalhadora.

“A saúde do trabalhador é um dos pontos principais desta negociação. Por motivo da pandemia, já existem pela Organização Mundial de Saúde as regras de proteção, mas queremos que essas regras sejam colocadas na nossa convenção coletiva que se torna lei local, focando a proteção de todos os trabalhadores”, apontou Daniel Saldanha, diretor da secretária de Meio Ambiente e Saúde do Trabalhador do STTAR.

Representando o sindicato dos assalariados rurais de Lagoa Grande, Marcos José, vice-presidente da entidade, acredita numa boa luta para a classe na convenção 2021. “Nosso sentimento é que virá algo melhor para a nossa categoria, até porque este foi um segmento que não parou, arregaçou as mangas mesmo com a pandemia”, lembrou o dirigente sindical lagoagrandense. O mesmo sentimento tem José Manoel dos Santos (Zezinho), do STTAR de Juazeiro/BA.

“A categoria não parou, os sindicatos vêm atuando de perto para que as empresas adotem cada vez mais medidas reestrtivas contra a proliferação da Covid-19 e neste momento de campanha salarial, é um debate oportuno para que a gente possa aprimorar as questões que tratam da saúde dos trabalhadores e também para quem tenhamos um melhor salário”, frisou Zezinho, ressaltando ainda que a finalidade é manter as lutas históricas como manutenção dos empregos, a homologação no sindicato, pois as empresas ganharam muito em 2020 na produção do agronegócio local num crescimento de 17% com relação a 2019.

“São informações positivas que nos motiva a continuar dialogando em defesa de nossos trabalhadores”, complementou Zezinho.

Outro integrante na assembleia unificada da convenção coletiva dos assalariados e assalariadas rurais da região foi o,Sintagro/BA (Sindicato dos Empregados nas Empresas Agrícolas, Agroindústrias e Agropecuárias de Juazeiro, Casa Nova, Curaçá, Sento Sé e Sobradinho ).

“Sempre temos o pensamento das melhores expectativas para o trabalhador, seja na questão salarial como nas demais pautas que apontamos em nossa negociação”, disse Eliel da Paixão, secretário geral do Sintagro/BA.

Cinara Marques/Portal Tribuna NE