Não adiantou o líder Ronaldo Silva orientar a retirada ou rejeição, o Capitão Alencar levou a melhor e teve aprovado a criação da Comissão de Segurança Pública, Trânsito e Mobilidade Urbana da Câmara de Petrolina

Não teve jeito. Não adiantou o vereador Ronaldo Silva, DEM, líder do governo Miguel Coelho na Câmara de Petrolina, solicitar ao colega de bancada, vereador Capitão Alencar, do Patriota, a retirada do projeto de resolução 004/2021, criando a Comissão de Segurança Pública, Trânsito e Mobilidade Urbana.

O autor do PR sustentou seus argumentos, convenceu os colegas de grupo e teve sua proposta aprovada por 13 a 5. Ele ainda alertou o líder Ronaldo Silva por usar justificativa sem cabimento para pedir a rejeição da proposta em pauta.

E o placar poderia ter sido 14 a 5, pois a vereadora Maria Elena de Alencar, MDB, também governista, havia dado uma saída do plenário e ao voltar já após as discussões prós e contra, integrou o grupo de 5 votos contrários ao texto de Alencar.

“Fui induzida a votar contra a uma cosa que sou favorável”, lamentou Maria Elena logo após observar o resultado da votação.

Mas por que Ronaldo Silva teria orientado a negativa da proposta, se a Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Casa Plínio Amorim havia dado legalidade ao texto e sua tramitação para a votação?

Em sua fala durante a sessão, o Democrata afirmou que se criar mais uma Comissão na Casa não seria necessário e ainda que uma mudança no Regimento Interno do parlamento petrolinense necessita de mais tempo de apreciação. Ronaldo pediu destaque da matéria, alegou que teria conversado com o autor para a retirada do projeto, mas ele não seguiu a sua orientação e por isso solicitava a rejeição do projeto.

“Solicitei que ele retirasse o projeto em pauta, mas como ele não retirou, eu oriento a rejeição do projeto, diante do texto permanecer na pauta”, disse Ronaldo Silva.

Para contrapor aos argumentos de Silva, o presidente da CCJ da Casa, vereador Wenderson Batista, DEM, relatou que é sempre favorável na criação de comissão para tratar de temas específicos, desde que seja constitucional.

“Se houver constitucionalidade, serei sempre favorável”, assinalou o governista, indo de encontro ao líder de sua bancada como foram os outros colegas que aprovaram a matéria junto com o voto do vereador Gilmar Santos, PT, da oposição.

Ao argumentar por que não retiraria a proposta da pauta, o Capitão Alencar explicou a importância do colegiado por ser constitucional, legal e benéfico para Petrolina.

“Digo ao vereador Ronaldo Silva que diz que o termo justiça abrange segurança pública. É um absurdo o senhor dizer isso. Como o senhor sabe que o termo justiça da CCJ abrange a questão legal e não de segurança pública. O senhor tenha mais cuidado vereador para não colocar seus colegas em xeque”, declarou o autor do projeto que esperava que o colega líder de sua bancada não estivesse agindo dessa forma pela derrota na UVP (União de Vereadores de Pernambuco).

Ronaldo integrava uma das chapas derrotadas na eleição da UVP vencida pela chapa integrada pela Capitão Alencar.

“Eu espero que o senhor não esteja com resquício, com dor de cotovelo de sua derrota na UVP. Eu tenho certeza que o meu prefeito Miguel Coelho não seria contra a esse projeto. Não estou pedindo para integrar essa comissão, apenas peço a sua criação”, sustentou o vereador que apesar do primeiro mandato, defendeu sua matéria como um verdadeiro veterano.

O Capitão Alencar lembrou ainda que a Comissão de Segurança Pública é parte da estrutura parlamentar do Senado e da Câmara Federal, além de existir como colegiados em diversas câmaras no país. Algumas assembleias legislativas também possuem o colegiado.

Por Cinara Marques/Portal Tribuna NE

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